Prisão
“Pensei que era liberdade, mas na verdade eram as grades da prisão…”
A minha história é cheia de decisões muito bem tomadas, decisões que mudaram completamente o curso da minha vida, que fizeram com que eu me sentisse em outro patamar de maturidade, me encheram de orgulho…algumas decisões e atitudes que sinceramente eu nem achava ser capaz de tomar.
Mas e se algumas eu realmente não for capaz de tomar? Se eu estiver preso? Preso a certas situações que por mais que eu tente me desvencilhar é pra lá que eu volto…sei lá, por mais doloroso que seja, estar ali talvez faça parte da minha missão nessa vida, ou simplesmente eu queira estar ali, mesmo sabendo o quanto aquilo me faz mal, me machuca.
De qualquer forma, a sensação nem sempre é boa, aquela decisão que na noite anterior parecia fazer todo sentido do mundo, hoje parece a mais idiota que já tomei, e é óbvio que não irei conseguir sustentá-la por muito tempo.
Às vezes dura uma semana, um mês, outras vezes dura algumas horas, ou só uma noite de sono é suficiente pra eu retornar a minha prisão.
Em determinados momentos parece até bonito, não adianta fugir, existe aquele magnetismo que irá me levar de volta e tudo o que eu decidi, até juramentos que fiz pra mim mesmo, não valem mais nada…ali é meu lugar, nada mais importa.
Quando se pensa com a emoção, é assim que se parece: bonito, magnético, impossível de se deixar ir embora…
Mas e quando a razão entra em cena? Nada mais é bonito, se trata apenas de uma prisão que por mais que eu tente, por mais que eu decida, por mais que a cela esteja aberta, “é só ir embora”, eu não consigo escapar.
E se emoção e razão não andam juntas chega o momento em que você esbarra na realidade que às vezes é cruel, impiedosa, é necessário fazer algo, tomar decisões, muitas delas sem pensar, no calor da emoção, com raiva, com medo…
E aí começa tudo de novo…
“Pensei que era liberdade, mas na verdade me enganei outra vez…” -Engenheiros do Hawaii